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segunda-feira, 12 de março de 2018

Ex-procuradora diz que recebia mesada a mando do governador em troca de silêncio sobre corrupção no RN

PF flagrou pagamentos de R$ 5 mil por mês a filho de ex-procuradora da Assembleia. Gravações indicam participação do governador Robinson Faria (PSD); ele nega envolvimento.


PF investiga silêncio comprado em esquema de corrupção no RN (Print do vídeo).
Rita das Mercês, ex-procuradora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, diz que ganhava R$ 5 mil por mês para não denunciar a participação de políticos, inclusive o governador Robinson Faria (PSD), em um esquema de corrupção que desviou até R$ 9 milhões dos cofres públicos.

Em ação monitorada pela Polícia Federal e revelada na reportagem do Fantástico (veja acima), Adelson Freitas dos Reis, que era assessor do governador Robinson Faria, foi flagrado fazendo os pagamentos. O dinheiro que comprava o silêncio de Rita era entregue para o filho dela, Gustavo Villaroel, diz a ex-procuradora.

Este pagamento mensal de R$ 5 mil em troca de silêncio dela sobre corrupção durou entre 2015 e 2017, Rita das Mercês disse ao Ministério Público Federal (MPF).

Vídeo
Em um dos vídeos da ação monitorada pela PF, Rita reclama de seus custos com o advogado. Adelson responde: "Ritinha, mas aquele negócio... Robinson pediu pra você: 'Diga a ela que não, quem vai pagar sou eu'".


Depois, Adelson diz: "Você tem o apoio da pessoa mais importante, que é Robinson. Pode ficar tranquila".

Governador nega

O advogado de Robinson Faria nega que o governador tenha autorizado qualquer conversa de Adelson e Rita das Mercês.

Rita é investigada por desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa entre os anos de 2006 e 2011. Ela foi presa em 2015 e hoje está respondendo em liberdade. Em 2017, ela procurou o MPF para dizer que deputados estaduais e federais, senadores e também o governador teriam se beneficiado do esquema.

Rita acusa o hoje governador Robinson Faria de ter recebido pelo menos R$ 100 mil por mês desviados da Assembleia até agosto de 2015, quando foi deflagrada a Operação Dama de Espadas.

Robinson foi presidente da Assembleia entre 2003 e 2010 e vice-governador entre 2011 e 2014, quando se elegeu governador.

A partir das afirmações dela, o MPF realizou a Operação Anteros, que investiga o governador por suspeitas de organização criminosa e obstrução da Justiça.

O governador também é investigado na Operação Lava-Jato, acusado de receber propina da JBS.

Rita Mercês foi presa na Operação Dama de Espadas (Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi)

Outro lado

Em nota, o advogado do deputado Ricardo Mota diz que "a acusação é fantasiosa, conforme será comprovado", pois segundo ele "todo o assunto é baseado no delírio mentiroso de um delator".

O governador do estado do Rio Grande do Norte é um homem que tem atuação política e pública há mais de 40 anos sem responder qualquer processo, sem qualquer mancha, sem qualquer mácula na sua vida. Ele jamais teve algum ato, um comportamento, alguma ação que pudesse caracterizar uma obstrução de Justiça. , diz o advogado do governador ao Fantástico.

G1 RN

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