O decreto de emergência em 153
dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, publicado recentemente no
Diário Oficial, traz um cenário devastador para a economia do estado:
a queda no PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário em quase 60%.
Isso significa que em quatro anos de estiagem, o RN perdeu R$ 4,7 bilhões para
sua economia.
Esta é a maior estiagem no
RN desde que se iniciou o registro do regime de chuvas em 1911, cita o decreto.
A seca contínua de 2012, 2013, 2014 e 2015 está acabando o pasto e secando os
reservatórios de água. Sem pasto não tem alimento para o gado, principalmente.
Sem reprodução do rebanho bovino não há produção de carne, leite e seus
derivados e a água da chuva que não vem interrompe a cadeira produtiva.
A seca severa atinge 91,6%
dos municípios potiguares com queda geral na produção. Este ano, de janeiro a
julho, o estado teve um volume acumulado abaixo dos 500 mm quando o
normal para o período seria acima de 700mm. O prejuízo de R$ 4.698.225.6754
bilhões representa a redução de 57,54% na formatação do total da
agropecuária do RN em anos de chuvas regulares.
Para a economia, estiagem
prolongada é sinônimo de descapitalização generalizada dos produtores rurais
que influencia na tomada de decisão sobre a área a ser plantada. Este ano, isso
diminuiu drasticamente.
Houve uma redução de 28,32% de
plantio de grãos (milho, arroz e feijão) em 2015 comparado a 2014, ano também
seco e, por isso, a produção baixou em 30,86%. Segundo o coordenador de
Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e da Pesca (SAPE),
Antônio Carlos Magalhães Alves, para a estimativa de perdas da agricultura
foram considerados percentuais diferentes relativos aos principais subsetores
do setor comparados ao grau de estiagem este ano.
Este ano, a produção de frutas
irrigadas caiu 25% e o prejuízo para o setor canavieiro não foi diferente. Pelos
registros da SAPE a queda na produção de cana de açúcar foi de 30%. A seca
atingiu forte o pequeno agricultor e as culturas de subsistência,
inclusive o algodão e a castanha de caju, tiveram queda de 60%.
O que sobrou de pasto este
ano está sumindo do campo e encolhendo a área de produção de alimento para o
gado. Se chover em fevereiro do próximo ano só haverá pasto a partir de março.
“Pensar em recuperação de qualquer dessas atividades só a partir de março de
2016, no mínimo”, avisa o coordenador da SAPE.
0 comentários:
Postar um comentário