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sábado, 17 de julho de 2021

Chicózinho: Legado de amizades e conquistas


Francisco Alves dos Santos (1937-2021), conhecido em Lagoa Nova/RN,  seu lugar de origem, pelo  epíteto popular"Chicózinho". Era um homem baixinho e forte,  de hábitos simples,  no seu cotidiano, no trato com a lavoura e o gado,  que criava em seu sítio. Possuía uma legião de amigos, conquistado ao longo dos anos, em suas vivências no campo e na cidade que viu crescer.

Chicózinho, era um lagoanovense raiz, membro da  tradicional família Alves do sítio Clavinote. Nasceu em Lagoa Nova/RN, no  dia 07 de agosto de 1937, era o filho primogênito dos cinco filhos,  casal de pais serranos Alves dos Santos e Francisca Maria da Conceição. Assim como seus genitores, desde cedo, teve a vida atrelada as atividades campestres, sendo que aliado ao trabalho na roça, também foi marchante de gado e vendeu carnes,  em banca que possuiu no  mercado municipal  e também  possuiu um açougue no cidade. 

Desde da época de rapaz, conservava o uso do chapéu de passeio, cáqui Ramezone XXX e o bigode, modas que frequente entre seus conterrâneos.   Sempre cuidadoso no trajar,  suas maiores vaidades,  eram expressas no uso de bons relógios, cordão e dente de ouro. Tinha o hábito de usar  botinas e apreciar um bom Whisk, que tomava  nos fins de semana, na Churrascaria O Corujão, enquanto observava a paisagem ou prosava com um familiar ou amigo. 

Seu Chicózinho, era sisudo e não dava cartaz a gente sem compostura,  porém, quando se sentia à vontade,  contava anedotas e apresentava um sempre sorriso suave. No decorrer do tempo, por meio de sua dedicação ao trabalho como criador e marchante de gado, possuiu diversos modelos de carros populares, no entanto, sua preferência era dirigir camionete Chevrolet D-20.

Casou bem moço, em  20 de dezembro 1958, na Capela São  Francisco, santo de sua devoção, em celebração  dirigida pelo padre Ausônio,   com sua prima  Francisca Lopes de Macedo, com quem gerou uma bela família, composta por 6 filhos, 12 netos e 12 bisneto, sempre com base nos princípios da fé, do trabalho e da honestidade. Muitos anos depois de casado, pós as experiências como açougueiro, decidiu abrir um bar na cidade, que fez bastante sucesso.

Um dos fatos que chamam mais atenção, na história do comércio lagoanovense, eram as preferências políticas antagônicas,  entre Chicózinho, com ponto fixo na avenida Dr. Sílvio Bezerra de Melo, idenficado com o PMDB,  e seu irmão Tião, que também possuía um bar no centro, ao contrário, era correligionário, da ala  política do  (PFL). Ou seja, os políticos "verdes" tinham preferência pelo estabelecimento comercial de Chicózinho. Enquanto que os "vermelhos", pelo de Tião, na rua João Bezerra Galvão.

O ano de abertura do negócio,  que tocou com ajuda da esposa e filhos, foi em 1978,  o local onde instalou, incluía também sua residência. No ano de 1986, sofreu um grande abalo família, devido o falecimento do filho José Alves de Macêdo, o inesquecível "Dedé", aos vinte poucos anos, vítima de acidente. Seu bar e restaurante,  teve seu auge na década de 90, chegou a ser o principal  da cidade, era  frequentado por bons apreciadores bebidas,  representantes comerciais, políticos, amigos,  pecuaristas,  , entre eles, o renomado fazendeiro seridoenses Elísio Galvão, que era um dos cientes, que aparecia aos sábados, dia de maior movimento, pois era o dia feira do município. Como empreendedor,  encerrou suas atividades no centro, no ano de 2005. 

A parti dessa data, passou a se dedicar integralmente, as suas atividades rurais no sítio Clavinote, plantando e criando. Assim, como tudo começou. Foi um lutador pela sobrevivência, sem nunca perder a elegância.  Na maturidade,  resistiu heroicamente a problemas cardíacos, AVC, queda e internações. 

No final, quando lhes faltaram forças, na Unidade de Terapia Intensiva na capital do estado, sucumbiu no dia 16 de julho, em razão de uma pneumonia. Nosso querido Chicózinho, descansou ao lado de Deus, na cidade dos justos, deixando um legado de retidão, dignidade,  amizades e saudades. Seu corpo repousa, no lugar que nasceu, viveu e amou...

Descanse em paz, querido guerreiro!

Eliabe Jornalista

Vereador e Vice-Presidente da Câmara Municipal

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