A sessão de ontem foi marcada por bate-bocas, acusações e gritos (Foto: Reprodução). |
Depois de quase dez horas de sessão, a comissão especial da Câmara aprovou nesta segunda-feira a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Foram 38 votos sim e 27 contra o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao afastamento de Dilma por crime de responsabilidade.
Agora o pedido segue para o plenário da Câmara, onde começará a ser discutido na sexta-feira. A previsão é que a votação decisiva aconteça no domingo.
No plenário da Câmara, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados — ou seja, dois terços do total (66,7%) — para que o processo siga para o Senado. Se esse placar não for atingido, o pedido é arquivado. Na comissão, os votos contra Dilma somaram 58% do colegiado.
Na comissão, deputados de partidos que negociaram cargos e verbas com o governo votaram a favor de Dilma. Foi o caso do PP, PTN e PR.
A posição anunciada pelos 25 partidos na comissão mostrou o seguinte placar: 11 a favor do impeachment (PSDB, DEM, PRB, PSB, PTB, SD, PSC, PPS, PV, PSL e PMB), 10 contra (PT, PP, PDT, PTN, PC do B, PSol, Pros, Rede, PT do B e PEN) e quatro divididos (PMDB, PSD, PR e PHS).
A sessão de ontem foi marcada por bate-bocas, acusações e gritos de ordem dos deputados favoráveis e os contrários ao impeachment.
Coube ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fazer a defesa de Dilma. Para o ministro, o parecer de Jovair demonstra “que não há dolo, que não há crime, demonstra que há apenas a vontade política”. Cardozo afirmou ainda que se o impeachment vingar, entrará para a história como o “golpe de abril de 2016”.
Nos debates, a oposição defendeu a tese de que houve crime de responsabilidade. Já os defensores da presidente voltaram a bater na tecla do golpe, na acusação de que Cunha está por trás do processo e na afirmação de que eventual governo de Temer não terá legitimidade e irá rever programas sociais.
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